Nomes de santos: Alice
Alice é um nome amoroso, mas tão simples... Conquista cada vez mais os portugueses! Uma grande vantagem, para mim, é ser internacional: escreve-se do mesmo modo em muitas línguas, o que, num mundo globalizado como o nosso, facilita a vida futura das Alices, especialmente se vierem a estudar ou trabalhar no estrangeiro.
É impossível falar de Alice sem falar... do País das Maravilhas. A verdade é que é a associação mais imediata que fazemos ao nome. O romance de Lewis Carroll, de 1865, é o principal responsável pela difusão do nome por toda a Europa, e o filme da Disney popularizou-o ainda mais. Para mim, é uma bonita ideia a associar ao nome, mas consigo perfeitamente ouvir o nome sem pensar que foi escolhido «por causa» do livro ou do filme.
Mas vamos ao significado: Alice é diminutivo de Adelaide, que significa «nobreza», o que me parece perfeito porque penso que Alice é um nome que soa a realeza, mas sem ser «pretensioso», porque é curto e «descomplicado». Também podemos associá-lo à nobreza de caráter, o que o torna Alice um nome de virtude.
Adelaide é um nome do qual também derivam muitos outros: Adélia, Heidi, Adelina, Aline, Aida e Alícia, por exemplo, pertencem todos à mesma «família» de nomes. Assim, se quisermos escolher um nome para homenagear uma avó Adelaide ou Adelina, por exemplo, o nome Alice é uma boa forma de o fazer, usando um nome mais «moderno».
Sendo derivado de Adelaide, Santa Adelaide será uma boa padroeira para qualquer Alice, mas existe também uma Beata Alice, mártir da II Guerra Mundial. Era polaca e nasceu em 1899, numa família cristã numerosa. Recebeu o nome de Maria. Durante a I Guerra Mundial, dedicou-se, como enfermeira, a cuidar dos feridos e, mais tarde, estudou medicina.
No entanto, compreendendo que não era essa a sua vocação, entrou na Congregação das Irmãs da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, tomando o nome de Alice. Prosseguiu os seus estudos e começou a ensinar nas escolas pertencentes à Congregação. Tornou-se superiora do convento de Wejherowo e diretora da respetiva escola.
Em 1939, com a ocupação alemã, foi considerada uma «líder» a abater pelos nazis, devido ao seu trabalho como enfermeira e professora, pelo que foi aprisionada a 24 de outubro. No dia 11 de novembro de 1939, foi fuzilada, juntamente com outros prisioneiros.
A história da Beata Alice é triste, mas percebemos que era uma mulher de uma inteligência brilhante e de uma coragem ainda maior, pois foi serenamente que aceitou a morte, recusando renunciar à sua fé. A sua festa celebra-se a 11 de novembro.
Alice é um nome que já existia na Idade Média por toda a Europa, sob muitas variantes, mas a sua popularidade hoje em dia é, talvez, muito maior. Nos EUA, ficou em 76.º lugar (ranking de 2016), na República Checa, ficou em 70.º lugar (2014), na Escócia, ficou em 46.º lugar (2016), na Irlanda e na Suíça, ficou em 40.º lugar (2015 e 2013, respetivamente), na Nova Zelândia, ficou em 34.º lugar (2016), na Inglaterra e País de Gales, ficou em 17.º lugar (2016), em França, ficou em 6.º lugar (2015), na Bélgica, ficou em 5.º lugar (2015) e na Suécia em 1.º lugar (2016). Em Portugal, não fica longe do Top 10: 14.º no ranking de registos de 2016, e tem vindo a subir.
A variante Alícia é menos popular, mas não muito: 79.º lugar na Bélgica (2015), 50.º lugar na Suíça (2013), 46.º lugar em França (2015), 44.º lugar em Espanha (2015) e 6.º lugar na Suécia (2016). Em Portugal cabe-lhe o 42.º lugar.
Parece-me que é um dos nomes que está para ficar, porque é delicado mas digno e porque nos lembra de um imaginário tão belo. Além disso, penso que fica lindo quer numa bebé, quer numa avó. O que pensam deste nome?
Fontes da pesquisa:
https://www.behindthename.com/name/alice
http://dmnes.org/name/Alice
http://www.santosebeatoscatolicos.com/2015/11/beata-alice-kotowska-virgem-e-martir.html
http://www.kateriirondequoit.org/resources/saints-alive/abercius-augustine-of-canterbury/st-alice-kotowska/
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